sábado, 31 de outubro de 2009

Jovem agredido por policiais militares em Santa Catarina diz que filmou ação por medo

Vítimas prestaram depoimento à Polícia Civil nesta quinta-feira
Um dos três jovens que tiveram a casa invadida e foram agredidos por policiais militares em Timbó, no Vale do Itajaí, afirmou que filmou toda a ação por medo. O rapaz, que não quis se identificar, e as outras duas vítimas prestaram depoimento à Polícia Civil na manhã desta quinta-feira. As imagens gravadas mostram um rapaz posicionando a câmera sobre um armário quando os policiais começam a bater na porta. Três minutos depois, eles invadem a casa. Há discussão e gritos. Um dos quatro policiais atinge o morador que estava deitado com a espingarda, fora do alcance da câmera. Os rapazes são xingados quando começam a chorar e, ao final, são algemados. — A polícia chegou, chamando a gente de palhaço, batendo na porta, ficamos com medo, né? A gente já estava usando a câmera, batendo foto da festa. Foi o que deu na cabeça botar para gravar. A gente vê na TV a polícia espancando a resolvemos colocar para gravar — disse ao repórter Henrique Zanotto, em entrevista à rádio CBN/Diário. De acordo com a investigação preliminar da equipe comandada pelo delegado Gilberto Azevedo, a PM teria ido três vezes na noite de 27 de setembro à casa dos jovens, todas após reclamações de vizinhos sobre o som alto, pedir para que baixassem o volume. Na terceira vez, a PM registrou um termo circunstanciado, procedimento normal quando há flagrante de contravenção penal, como é o caso da perturbação do sossego alheio, que não é considerada crime. Dez minutos depois, segundo o major Edmilson Sagaz, da PM, outro vizinho ligou para a polícia, dizendo que os jovens estariam ameaçando-o de morte por ter denunciado a bagunça. Foi quando houve a invasão. Discussão Segundo a versão da vítima, os jovens estavam fazendo uma festa, com volume alto, quando a polícia foi lá pela primeira vez para pedir que baixassem o som, o que eles teriam feito. Depois teriam começado a recolher os objetos usados na festa quando a PM voltou ao local após nova denúncia de barulho. Houve, então, a aplicação do termo circunstanciado, de acordo com o jovem. — Subimos, o pessoal foi embora, e a gente discutiu com o vizinho, achamos que foi ele que ligou para a polícia. Foi uma discussão verbal, porque ele sempre faz festa e era a primeira vez que a gente fazia festa — disse, afirmando ainda que não houve luta corporal nem ameaça. Durante a invasão, os policiais teriam dado coronhadas, tapas, além de xingar os rapazes. De acordo com a vítima, os três passaram por exames no Instituto Médico Legal para comprovar as agressões, constatando hematomas, fraturas e suspeitas de fraturas. Depois, teriam procurado a Promotoria de Justiça para fazer a denúncia.

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