sábado, 31 de outubro de 2009

Assaltos à mão armada aumentam 400% em Florianópolis em 10 anos


Aumento da criminalidade preocupa comerciantes de Florianópolis. Dados da Polícia Militar revelam que, em 10 anos, o número de assaltos à mão armada aumentou 400% na Capital. Para se ter uma ideia, a inflação no mesmo período subiu cerca de 115%, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudo Socioeconômico. O crescimento da violência traz, além do prejuízo ao proprietário, pavor em vendedores e clientes. O Jornal Hora de Santa Catarina montou a escala de roubos em três estabelecimentos de Florianópolis. O resultado é preocupante: os números crescem, e a segurança desaba. Sentado nas costas no bandidoEm 60 dias, um mercado no Bairro Carvoeira foi assaltado cinco vezes. A família, que comprou o estabelecimento há um ano, pensa em vender o comércio e voltar para o Oeste do Estado, assustada com tanta violência. Antes de a família assumir o pequeno empreendimento o local teve sete roubos, em 16 anos. Hoje, a realidade é bem pior: — O antigo dono me contou que em 2003 não teve nenhum assalto, imagina. Eu tive oito em um ano. Cansei de esperar pela polícia e contratei um segurança. Pago R$ 1 mil por mês e dói no bolso. Ele conta que, no último roubo, dominou o bandido, esperou 45 minutos pela viatura da Polícia Militar e passou esse tempo sentado nas costas do assaltante, para ele não fugir. Pior há um ano e meio O dono de uma rede de joalherias conta que nunca, em 21 anos, sentiu-se tão desamparado pela segurança pública. Hoje ele tem oito lojas na Grande Florianópolis e, até 2007, tinha sido roubado quatro vezes em diferentes estabelecimentos. Nos últimos 18 meses, o número de ações foi o mesmo. — Em um ano e meio, o número de furtos aumentou muito. Teve funcionário meu que ficou com a arma apontada na cabeça por uma hora. Imagina como fica a situação — questiona. Ele conta que as lojas mais visadas são as que estão em shoppings e centros comerciais. Segundo o comerciante, a falta de policiamento próximo aos locais faz com que o assaltante tenha mais tempo para a ação. Planos para sair do Centro Em seis anos, uma loja de roupas na rua Felipe Schmidt, no Centro da Capital, não registrou furtos. Nos últimos 18 meses, os assaltantes entraram duas vezes, armados, levando mais de R$ 1 mil em mercadorias em cada ação. Segundo o dono da loja, não foram só os roubos que aumentaram nos últimos tempos: — Quando comecei, a situação era bem mais tranquila. Ninguém tentava levar sem pagar. Hoje, pelo menos uma vez por mês, flagro alguém tentando pegar uma peça de roupa ou calçados. Houve mês em que consegui evitar mais de 10 tentativas de furto — conta. A falta de policiamento na rua do estabelecimento deixa o proprietário sem perspectivas para continuar. Ele explica que, se a situação não mudar, pretende sair do Centro. Polícia responde com câmeras A assessoria da Polícia Militar informou que a falta de efetivo prejudica o policiamento em diferentes locais no mesmo horário, mas que não impede a ação em regiões de riscos. No Centro da Capital, as câmeras de vigilância flagram assaltos e ajudam na prisão dos assaltantes em seguida, recuperando o valor levado. Outra medida já tomada são policiais à paisana circulando em locais movimentados para coibir os assaltos, além das viaturas estarem sempre nas ruas. Precauções dos comerciantes Muitos estabelecimentos estão contratando vigilantes particulares na tentativa de reduzir os furtos e roubos. O custo para manter o segurança fica entre R$ 1 mil e R$ 3,5 mil, dependendo da empresa e do tempo de trabalho. Outra maneira de se proteger é instalar câmeras, investimento que pode chegar a R$ 6 mil. Outras alternativas são trocar toda semana a prateleira das mercadorias de maior valor, verificar a porta na hora de abrir e fechar a loja e não deixar muito dinheiro no caixa.

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